sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Instalação de frigorífico incrementa ovinocultura


Daqui a noventa dias (no final deste ano) deverá estar completamente finalizada a construção do frigorífico para ovinos no município de Paraguaçu Paulista. O frigorífico atenderá diversas cidades da região que tinham problemas com o abate e a comercialização desses animais. Segundo Celina Harume Nishizawa, secretária municipal de agricultura de Paraguaçu Paulista, após levantamento das dificuldades encontradas pelos ovinocultores foram detectados que os principais problemas do setor eram o abate clandestino e a dificuldade na comercialização das carnes. “Para chegarmos à instalação do frigorífico foi um longo trabalho, iniciado em 2000”. Só em 2004, o CIVAP – Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema firmou convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Em 2007, começou a construção da estrutura física e, em 2009, o processo de compra dos equipamentos para a instalação final do frigorífico.



Todo esse processo contou com a participação da OVIVALE – Associação dos Criadores de Ovinos do Vale do Paranapanema, fundada em 2000 e que tem, hoje, 20 associados. Segundo Gustavo Ricca, presidente da OVIVALE, a idéia foi fazer de Paraguaçu um exemplo para os criadores de outros municípios. Ele explicou que são cerca de 300 pequenos e médios produtores de ovinos na região. “Apesar de ainda termos poucos integrantes, a Associação, em conjunto com a Prefeitura Municipal, Casa da Agricultura e Sindicato Rural, realizou diversos cursos, dias de campo e palestras, no sentido de orientar esses ovinocultores quanto à metodologia de produção, ao manejo dos animais, à padronização do custo da carne, entre outros temas”, afirmou Gustavo Ricca.



O produtor Lothar Alexandre Sartori Blum, da Chácara Santa Lídia, trabalhava com gado de corte em seus 16 hectares. “Há cerca de 20 anos, minha mãe cismou que queria ter alguns ovinos. O restante da família achava que não ia dar certo, quando fomos ver estávamos com 90 matrizes”, contou o produtor. Hoje, a ovinocultura é a paixão da Cabanha Lothar Blum, que possui 150 fêmeas puras de origem. Alexandre explicou que quando a cana-de-açúcar entrou na região sobraram pequenas áreas e a ovinocultura tornou-se uma opção, pois é possível colocar um rebanho grande em pouco espaço. “Desse animal se aproveita tudo: além da carne e lã, tem o couro, utilizado para confecção de bolsas e casacos, por ser bem mais macio. Outra opção é o trabalho com reprodutores, que é o meu caso”, contou o produtor.



Alexandre Blum testou diversas raças e acabou escolhendo a suffolk que tem como vantagens o ganho rápido de peso, a qualidade de carcaça e a rusticidade. O melhoramento genético é feito de forma constante. “Podemos não chegar à perfeição, mas esperamos chegar o mais perto possível”, finalizou. Além dos ovinos, a propriedade produz 130 litros de leite por dia, com 10 vacas em lactação, de um rebanho de 17 animais. Utiliza as tecnologias de manejo do Projeto CATI Leite e é com isso que paga as contas da propriedade. O que vem da ovinocultura é lucro.



Dia de Campo



Durante a 9ª Expo Paraguaçu, ocorrida no período de 17 a 20 de setembro, aconteceu o Dia de Campo sobre Inovação e Desenvolvimento da Ovinocultura do Médio Paranapanema (dia 18). Os temas abordados foram: pastagens para ovinos, alimentação de ovinos com resíduos de mandioca, manejo, verminose e reprodução. O dia de campo contou com aproximadamente 400 pessoas.



O prefeito de Paraguaçu Paulista, Carlos Arruda Garms, já no seu quinto mandato, falou sobre a importância desse tipo de evento para os produtores da região. “Quando todos se unem em um objetivo comum, a tendência é dar certo”.

Fonte: CATI

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