quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quinta estimativa da safra paulista

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo apresenta os números de algumas de suas lavouras de maior expressão econômica para a safra agrícola 2008/2009. O levantamento foi realizado em junho pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ambos pertencentes à Pasta.

MILHO - Para a cultura do milho observaram-se diminuições de 8% na área (de 689,4 mil hectares para 634,5 mil) e de 10,9% na produção (de 3,7 milhões de toneladas para 3,3 milhões) em relação à safra anterior. Na lavoura do milho safrinha houve praticamente manutenção da área plantada (245,6 mil hectares para 246,4 mil), porém, foram expressivas as perdas na produção (26,1%) - 759,9 mil toneladas atuais ante 1 milhão anterior. Uma das possíveis causas é a crise econômica, que influiu na redução do uso de insumos pelos produtores.

FEIJÃO - A área ocupada com feijão, safra da seca, foi 10,9% menor que a estimada no ano agrícola anterior (51,77 mil ante 58 mil). Igualmente ocorreu retração na produção de 14,4% (de 102 mil toneladas para 87,3 mil). A área e a produção de feijão de inverno deverão ser um pouco menores que as estimadas em 2007/08, isto é, 8% - referente aos 43 mil hectares de agora e aos 46,7 mil da anterior - e 8,2%, (81,3 mil toneladas ante 88,5 mil).

SOJA - Cenário semelhante ao do milho ocorreu com a soja que, apesar de ter tido um pequeno acréscimo da área (5,2%, para 478,8 mil hectares, ante 455,2 mil), a produção foi 5,9% inferior em relação ao ano agrícola anterior (1,1 milhão de toneladas, ante 1,2 milhão).

Para a soja safrinha, as tendências captadas nesse levantamento são de elevações de 30,7% na área (1 mil hectares para 1,3 mil), contribuindo com o incremento de 49,4% na produção (3,9 mil toneladas), comparativamente à safra passada (2,6 mil), indicando uma mudança de comportamento no processo decisório dos sojicultores.

TRIGO - No terceiro levantamento da safra 2008/09, o trigo permaneceu com tendência de redução de área (19,3%, fechando em 58 mil hectares, comparativamente às 71,9 anteriores), e de produção (16,7%) - 162,8 mil toneladas ante 195,5 mil.

ARROZ - Para o arroz registraram-se aumentos na área cultivada (3,2%), saltando de 20,6 mil hectares para 21,2 mil, e na produção (14,1%, fechando em 83,1 mil toneladas ante 72,8 mil).

TRITICALE - Para triticale, esse levantamento estima 24,2 mil hectares plantados, praticamente a mesma área da safra passada, porém com reduções de 6,3% na produção (de 68,5 mil toneladas para 64,2 mil).

TOMATE - Os números do terceiro levantamento para o tomate envarado (mesa) confirmam a redução da área cultivada em 10,3% (7,5 mil hectares), em comparação à safra 2007/08 (8,4 mil). A estimativa da produção é 2,8% menor (509,5 mil toneladas ante 524 mil).

Para o tomate rasteiro (indústria), os números mostram crescimento na área cultivada de 21,5% (3,6 mil hectares ante 3 mil) e na produção 19,9% (250,2 mil toneladas ante 208,7 mil).

MANDIOCA - As informações desse levantamento de mandioca para indústria apontam discreta retração de 0,4% na área e aumentos de 11,9% na produção (de 954,3 mil para 1 milhão de toneladas).

Quanto à mandioca para mesa, estimam-se aumentos na área total plantada (11,8%) - 12,9 mil hectares, ante as 11,6 mil anteriores, e na produção (11,7%) - 149,6 mil toneladas ante 133,9 mil.


SÃO PAULO: PREVISÃO DE SAFRA PARA CANA, CAFÉ, LARANJA E BANANA


A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo apresenta os números de cana-de-açúcar, café, laranja e banana para a safra agrícola 2008/2009. O levantamento foi realizado em junho pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ambos pertencentes à Pasta.


CANA-DE-AÇÚCAR - A produção de cana está prevista em quase 403,4 milhões de toneladas, 2,9% superior à da safra passada (de 391,8 milhões), cultivada em 5,4 milhões de hectares, ligeiramente superior à obtida em 2007/08 (5,3 milhões), e queda de 0,9% no rendimento.

CAFÉ - O quarto levantamento da safra de café indica área praticamente inalterada (0,2%), relativamente à obtida na safra passada, totalizando 224,2 mil hectares ante as 223,8 anteriores, e significativa queda na produção (17,2%) - de 269,2 mil toneladas para 223 mil. Os resultados desfavoráveis para a cultura ainda são por conta da bienalidade da exploração.

LARANJA - No levantamento realizado no campo em junho referente à safra agrícola 2008/09, para a cultura da laranja, incluindo os pomares domésticos, estimou-se aumento de 0,4% na área cultivada, totalizando 725,98 mil hectares, ante 723,4 mil anteriores, para uma capacidade produtiva estimada em 358,4 milhões de caixas de 40,8 quilos, mantendo números da estimativa anterior, feita em abril.

Deve-se ressaltar que até a colheita alguns fatores poderão influenciar a estimativa final, tais como, erradicação de plantas, possível redução no tamanho dos frutos, perdas de colheita e decisão dos produtores de não colher parte da produção em função dos preços ora praticados no mercado, o que poderá resultar no final da safra em menor volume de produção comercializada. Destaque-se ainda que, com base em informações locais, 80% da produção será destinada à indústria e 20% para o mercado de fruta fresca.

BANANA - São esperados decréscimo na área ocupada com banana (1,6%) e aumentos na
produção (6,4%) e na produtividade da terra (12,2%).


SÃO PAULO: FECHAMENTO DA SAFRA DE AMENDOIM, BATATA E CEBOLA


A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo apresenta o fechamento dos números das culturas de amendoim, batata e cebola referentes à safra agrícola 2008/2009. O levantamento foi realizado em junho pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ambos pertencentes à Pasta.

AMENDOIM - O encerramento da safra do amendoim da seca apresenta diminuições da área plantada (25,1%) - 9,2 mil hectares ante 12,3 - e da produção (30%) - de 25,5 mil toneladas para 18,5 mil, em conseqüência, principalmente, da queda de quase 45% nos preços, o que acabou por desestimular o produtor a investir na produção da seca.

BATATA - Os números finais da safra 2008/09 para batata da seca são de decréscimos de área (5,8%) - 6,7 mil hectares ante 7,1 mil, e de produção (7,5%) - 152,3 mil toneladas ante 164,6 mil. Conforme previsão anterior, foi determinante para esse comportamento o fato de que os custos de produção mantiveram-se altos e os preços recebidos pelos produtores ficaram estáveis.

CEBOLA - O levantamento final da cultura da cebola de bulbinho (soqueira) indicou, quando comparado ao do ano anterior, que houve aumento de 33,3% na área (1,2 mil hectares, ante as 0,9 mil anteriores), e de 37,2% na produção (29,2 mil de agora e 21,2 mil anteriores).

Apesar de a previsão anterior, realizada em abril, não indicar um vigoroso crescimento tanto na área plantada como na produção, o comportamento da cultura se deve ao fato de que no período de plantio (fevereiro e março) as condições de preço estavam bem favoráveis e permaneceram assim até o final da colheita. Portanto, a reação de crescimento maior que as expectativas foi conjuntural, não ancorado em maior produtividade e sim nas condições de mercado favoráveis.

Para a cultura da cebola de muda, o levantamento registra para a safra 2008/09 reduções de 8,8% na área (4,2 mil hectares, ante 4,6 mil) de 9,7% na produção. As reduções verificadas na área e na produção foram mais brandas do que as previstas no levantamento anterior, mas dentro do esperado para a cebola do tipo de cultivo mais significativo, conforme os sistemas de produção utilizados no Estado.

(Informações completas no site do IEA - www.iea.sp.gov.br)

PREÇOS AGROPECUÁRIOS: ALTA DE 1,74% NA TERCEIRA QUADRISSEMANA DE AGOSTO



O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) encerrou a terceira quadrissemana de agosto com variação positiva de 1,74%, de acordo com os pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola – IEA/Apta da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Os produtos que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram: tomate para mesa (73,07%), laranja para indústria (46,32%), banana nanica (43,40%), amendoim (7,70%) e os leites tipo B (5,57) e tipo C (5,32%).

Entretanto, dado o peso da cana-de-açúcar na composição do índice, há que ressaltar o aumento dos preços dessa matéria prima que ocorre em função das cotações do açúcar no mercado internacional.

Nos demais produtos em alguns há efeitos sazonais e conjunturais e noutros estruturais. Nos conjunturais, temos o caso do tomate para mesa, o clima da última quinzena de julho (frio e chuvoso) prejudicou a produção reduzindo a oferta do produto, acarretando o aumento das cotações. Também se insere nesse contexto a banana nanica, uma vez que nos primeiros dias de agosto, o clima característico de baixa umidade do ar, aliado às temperaturas altas aparentemente estimularam os preços. Em contrapartida, as frutas produzidas no inverno apresentam tamanho e peso menores, configurando menor produtividade e menor oferta.

No caso do amendoim, após os baixos preços terem levado à menor ímpeto no plantio, inicia-se processo de recuperação dos preços que estimulam plantios nos novos espaços da cana em renovação neste ano safra.

Exemplo típico de desajuste estrutural agravado com a queda da demanda de suco de laranja tanto no plano internacional como no interno, têm-se o caso da laranja para indústria que apresentou a segunda maior alta. O que está refletido no comportamento dos preços é o fato de que até o momento prevalecia à variedade Hamlin e, agora, passou-se a predominar a variedade Pêra do Rio, que dada à qualidade e produtividade do suco, tem preços maiores.

Este último fato impacta diretamente o mercado de laranja de mesa que apresentou a maior queda de preços. Por certo vem contribuindo para isso o tradicional menor consumo de sucos nos meses de inverno. Mas nada se compara aos impactos da entrada de uma parte da laranja para indústria destinada para o consumidor, uma vez que as agroindústrias processadoras ajustaram sua produção ao patamar de demanda internacional, o que as levou a maior rigidez no cumprimento dos contratos que mantinham com citricultores e a reduzir de forma importante aquisições no denominado mercado 'spot' (livre). Desse modo, para os sem contrato, não há acesso a preços remuneradores.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços foram: laranja para mesa (20,86%), carne de frango (15,02%), feijão (13,11%), ovos (12,76%) e batata (9,16%).

A decisão de alguns Estados de adiarem a volta às aulas por causa da gripe A gerou um efeito inesperado sobre o mercado de carnes. Os preços das carnes (frango, suína e bovina) e de ovos, que normalmente sobem nesta época do ano com o retorno às aulas após as férias, estão em queda.

No feijão, além da pressão menor do consumo, há a entrada pontual da colheita dos primeiros plantios após a safra das secas. A questão de consumo reflete, em grande parte, o postergamento do retorno às aulas comprometendo as aquisições institucionais para merenda escolar. Similar situação tem-se no caso da batata, também relevante na cesta da merenda escolar, além de que há maior oferta nesse período do ano.

O comportamento da evolução dos índices quadrissemanais de preços desta quadrissemana confirma a recuperação de alta verificada na primeira quadrissemana de agosto para o IqPR e o IqPR-V que subiram 1,9 e 2,7 pontos percentuais, respectivamente, em relação à quadrissemana anterior. Já o IqPR-A (produtos de origem animal) ainda que negativo, teve uma ligeira recuperação de 0,2 ponto percentual, quebrando o ritmo de queda iniciado em julho.

Fonte: SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO do Estado de São Paulo

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

IAC realiza IX Curso de Atualização em Café nos dias 25 e 26 de agosto


Por Carla Gomes – IAC



Quem pensa em café, lembra-se logo daquele aroma irresistível, capaz de atrair apreciadores por mais distantes que estejam do bule. Na pior das hipóteses, um café fresquinho melhora qualquer momento do dia. Mas na verdade, o cheirinho que rompe barreiras é apenas um dos atributos no conjunto de qualidades da bebida. Os pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, explicam que a qualidade sensorial da bebida de café é descrita por um conjunto de características que envolvem, além do aroma, corpo, acidez, amargor, sabor, sabor residual e qualidade global. E mais: cada um desses atributos sensoriais decorre da composição química do grão torrado. Aliás, o grão de café tem uma composição química enquanto o fruto está na planta, outra composição quando está cru e beneficiado e uma outra, diferente, quando está torrado. Ou seja: um café gostoso é bem mais complexo do que pode um apreciador leigo imaginar. Para falar desses e de tantos outros fatores que influem na qualidade e na produtividade do café, o Instituto Agronômico irá realizar o IX Curso de Atualização em Café, nos próximos dias 25 e 26 de agosto, às 8h, na sede do IAC, em Campinas.

De acordo com os pesquisadores, os estudos, as observações em campo e os resultados dos diferentes concursos nacionais e internacionais têm indicado a tendência de certas condições de produção de café cru favorecer a qualidade da bebida. Por exemplo, há um conhecimento bastante difundido de que os cafés de regiões altas são melhores, assim como há quase unanimidade no reconhecimento da superioridade da variedade Bourbon. Mas essa relação é bastante complexa. Nesse cenário, o Centro de Café do IAC e a BSCA (Brazil Specialty Coffee Association) uniram esforços para conduzir um estudo inédito considerando o efeito simultâneo de 28 variáveis relacionadas às condições de produção do café cru sobre a qualidade sensorial da bebida. O objetivo desse trabalho foi verificar o conjunto de condições mais adequado para a produção de cafés com bebida de alta qualidade.

Todos os palestrantes do curso são pesquisadores do Instituto — equipe que confere ao Estado de São Paulo potencial para oferecer a profissionais da cafeicultura de todas as regiões produtoras brasileiras as informações mais experimentadas sobre resistência a doenças, qualidade, ambientes de produção, custos de produção e outros aspectos relevantes da cultura.

A respeito do melhoramento da cultura visando à resistência a doenças, serão abordadas as principais doenças que ocorrem nos cafeeiros do Brasil, como ferrugem alaranjada, cercosporiose, mancha aureolada e mancha de phoma. Segundo os pesquisadores do IAC, apesar das perdas estimadas pela ação da ferrugem nos cafezais serem grandes e variarem de região para região, uma parte dos cafeicultores não utiliza o controle químico adequado. Os pesquisadores chamam a atenção para a importância de desenvolver variedades rústicas com alta capacidade produtiva e com resistência à ferrugem, já que o custo do controle sempre onera o cafeicultor.

Na palestra sobre custos de produção, serão abordados as novas técnicas de produção que o agronegócio do café brasileiro adotou na última década, como preparo pós-colheita, industrialização e comercialização, com destaque para o lançamento de materiais geneticamente superiores, adensamento, mecanização da colheita, utilização da irrigação e difusão das boas práticas de colheita e pós-colheita. Esse conjunto tem impactos positivos sobre a produtividade, competitividade e qualidade final do produto.

De maneira geral, todas as palestras convergem para a qualidade e produtividade necessárias para o setor se manter competitivo. Nas apresentações ainda serão abordados o café naturalmente descafeinado, em desenvolvimento no IAC e as ferramentas genômicas no melhoramento do cafeeiro. Vale ressaltar que a relevância de um segmento tem amplo reflexo social — a cafeicultura emprega cerca de sete milhões de pessoas. “A nona edição do evento reforça o empenho do IAC em transferir todo o conhecimento científico minuciosamente construído no decorrer das décadas, alinhavado às demandas atuais e oportunidades modernas”, diz Marco António Teixeira Zullo, diretor-geral do IAC, instituto da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Com o Curso, o IAC espera levar para o setor, além de tecnologias, a segurança de que a ciência segue ativa na busca por soluções a questões que surgem constantemente. As notícias sobre a entrada no Brasil de café colombiano ou sobre a queda na receita dos exportadores, apesar do aumento do volume das exportações, não podem ser impactantes o suficiente para abalar o setor nacional. Porque o Brasil reúne, muito graças ao IAC, a melhor base de sustentação agrícola do mundo.



SERVIÇO

IX Curso de Atualização em Café

Data: 25 e 26 de agosto de 2009, a partir das 8h

Local: Sede do IAC, em Campinas, avenida Barão de Itapura, 1481, Guanabara.

Fone: 19-3231-5422, r. 171

Programação completa: Acesse http://10.5.130.7/Eventos/CafeProgramacao.htm

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Seminário na Esalq

Produzir com adequação ambiental é uma necessidade e pode requerer da maioria das proprieddades rurais muitos ajustes. Para discutir esse assunto, a equipe Economia Florestal do Cepea/Esalq realiza o seminário Perspectivas Econômicas e Técnicas da Atividade Agropecuária com Adequação Ambiental no dia 17 de setembro, em Piracicaba-SP.

As palestras darão esclarecimentos sobre legislação, desafios e oportunidades para o produtor rural que atua em diferentes setores.

O seminário está estruturado em três partes:
• Código florestal e normas do estado de São Paulo para o cumprimento da lei, incluindo prazos para regularização e casos especiais;
• Discussão sobre pagamento por serviços ambientais.
• Desafios e perspectivas econômicas e técnicas para as principais atividades agropecuárias no estado de São Paulo, cumprindo a legislação florestal;

Veja a programação:

8h – Credenciamento
8h20 – Abertura

8h30 – Diretor de Commodities da BM&FBovespa Ivan Wedekin aborda as perspectivas econômicas da atividade agropecuária.

9h15 – Professora da Esalq/USP e pesquisadora do Cepea Mirian Bacchi analisa “Desafios e oportunidades para produtores de cana-de-açúcar no processo de adequação ambiental”.

10h00 – Intervalo

10h30 – Pesquisador do Cepea Mauro Osaki discute “Perspectivas do mercado de grãos face à adequação ambiental: casos de sucesso em sustentabilidade no cultivo de soja em Mato Grosso”.

11h15 – Professor da Esalq/USP Ricardo Ribeiro Rodrigues palestra sobre “Adequação Ambiental de propriedades agrícolas: restauração de APPs e implantação de florestas de produção para Reserva Legal”.

12h00 – Almoço

13h30 – Professores da Esalq/USP Moacyr Corsi e Marco Penati palestram sobre “Pecuária e preocupação ambiental”.

14h15 - Professor da Esalq/USP e pesquisador do Cepea Sergio De Zen aborda os “Desafios e oportunidades para a atividade pecuária se adequar à legislação ambiental”.

15h00 – Diretor Geral do DPRN-SP (Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais) Antônio Luiz Lima de Queiroz palestra sobre “Legislação Ambiental, Licenciamento e Atividade Agropecuária”.

15h45 - Intervalo

16h15 – Professor da Esalq/USP Carlos José Caetano Bacha palestra sobre “Atividades de reflorestamento no Brasil, principais mercados estabelecidos e evolução dos preços da madeira”.

17h00 – Professora da Esalq/USP e pesquisadora do Cepea Sílvia Helena G. de Miranda apresenta “Perspectivas para o pagamento por serviços ambientais a produtores rurais”. Trará um benchmarking de experiências bem-sucedidas.

17h45 - Encerramento do evento com discussão.


As incrições custam R$ 20,00 para estudantes até 09/setembro e depois, R$ 30,00.
Para profissionais, R$ 50,00 até dia 09/set e R$ 80,00, após.

Para se inscrever: www.cepea.esalq.usp.br/florestal/

Outras informações: 19-3429-8837 ou 19-3447-8604

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Alimentação em risco


Da Revista Sustenta



A crise de alimentos segue a mesma regra de qualquer outra crise: a demanda cresce, mas a oferta diminui. Mesmo com a expansão da fome, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) anunciou, no final de julho, redução nas doações de comida às 1,02 milhão de pessoas em situação de subnutrição. A diferença será de pouco menos da metade do necessário: em vez de 6,7 bilhões de dólares esperados, a doação dos países para o fundo é estimada em 3,7 bilhões. Isso significa que, embora muitos países estejam se desenvolvendo, a exemplo do Brasil e da Índia, por questões essencialmente políticas, econômicas, logísticas e geográficas, menos alimentos chegam à população e, portanto, a fome tem aumentado, fazendo crescer consequentemente o número de pessoas vivendo na miséria.

“Estamos enfrentando uma queda, sem precedentes e perigosa, nos nossos fundos de emergência. Isto se deve, principalmente, ao fato de que ainda não caíram as necessidades de alimentos que se acentuaram no ano passado com a crise econômica; e observamos que a fome aumenta”, afirmou Josette Sheeran, diretora do PMA em Washington. Ela atribui a queda dos donativos a orçamentos governamentais mais rígidos adotados depois da explosão da crise financeira internacional, no final do ano passado.

Um exemplo de medida adotada por governos que podem ter agravado a crise dos alimentos foi a decisão da Índia e do Vietnã de cortarem as exportações de arroz e a das Filipinas de estocar as importações do produto. Isso fez com que o preço desse artigo dobrasse. Em entrevista ao portal britânico da BBC, Alexander Sarris, oficial da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), disse que “a alta nos preços do arroz no final do ano passado não resultou de uma queda na oferta. Ela foi devida a acúmulos por uma variedade de países e outros agentes que consumem arroz, que pensaram que não haveria arroz suficiente no mercado”.

Ricos x pobres


A mesma reportagem do site inglês fez uma pesquisa comparativa sobre produtos da cesta básica de grandes cidades de países pobres e ricos. De acordo com a pesquisa, variação é grande. Em Washington e Bruxelas, capitais de países desenvolvidos (EUA e Bélgica), os preços dos alimentos básicos caíram drasticamente, enquanto em países menos desenvolvidos eles subiram.

Os destaques foram para Nairobi (Quênia) e Buenos Aires (Argentina). O aumento dos custos na cidade africana, por exemplo, pode ser causado por mau tempo e manipulação do mercado, que limitaram as safras comercializadas. Enquanto que em Bruxelas, a vantagem para a queda foi o bom clima, competição entre supermercados e baixa nos custos do petróleo, que por sua vez barateou frutas e legumes.

A Agência Estado também noticiou preços 25% maiores na África do que antes da crise dos alimentos. No Sudão, preço é o triplo do que em 2007. Em Gana, por exemplo, o milho ficou 200% mais caro se comparados os meses de junho deste ano com o de 2007. Mas as causas desse aumento nem sempre são um acaso. “Os governos se intrometeram no mercado de uma maneira que podemos qualificar como desestabilizadora. Em outras palavras, eles compraram demais ou restringiram exportações”, disse Sarris. “Eu diria que eles criaram um tipo de expectativa de pânico”, completou.

Uma equação desequilibrada


O PMA ainda não especifica em que países ou quanto foi cortado do orçamento destinado aos alimentos, mas o número baixo já preocupa países que seriam beneficiados. Até agora essas nações receberam apenas US$ 1,8 bilhão, enquanto 108 milhões de pessoas deixarão de ser atendidas. Ao mesmo tempo em que os preços dos alimentos aumentaram no último ano, uma em cada seis pessoas precisa de comida com urgência, de acordo com Sheeran. “Não há nada mais básico do que comida. Se as pessoas não a têm, uma das três coisas acontece: elas se revoltam, elas migram ou elas morrem”, problematizou a secretária.

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo apontou outros dois fatores que influenciaram a crise dos alimentos. Um deles é o aumento do preço do petróleo, cujos derivados são usados nos cultivos, em máquinas e fertilizantes, e no transporte dos alimentos. O outro é o desvio de parte da produção agrícola para a de biocombustíveis. Com isso, a oferta de produtos como o milho, que é usado para a produção de álcool nos EUA, ou a cana-de-açúcar, de onde se extrai o álcool no Brasil, diminui ainda mais e seu preço é valorizado.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Leia a entrevista de Xico Graziano

Notícias do AgroRegional


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Nova cultivar de pêssego da Embrapa

A primeira cultivar de pessegueiro a receber certificado de proteção no Brasil chega ao mercado de frutas com o nome BRS Kampai, apresentando baixa exigência de frio e testada em rede nacional de validação. O lançamento será no 21 de agosto, durante o 6º Simpósio de Fruticultura Temperada, em Paranapanema/SP.

A rede, gerenciada pelo Escritório de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia, em Campinas/SP, atua especialmente na fase de pós-melhoramento. “Nesta etapa, as avaliações são realizadas em auxílio ao programa de melhoramento, mas distante da zona de ação do centro de pesquisa e com produtores”, explica o pesquisador Ciro Scaranari.

“Quem planta terá segurança da origem genética da planta e isso é muito importante”, diz o produtor Yasuo Kagi, sobre o significado da certificação da nova cultivar. O viveirista destaca ainda o sabor doce, com leve acidez da BRS Kampai. “Um grande pecado é termos pêssegos bonitos, mas sem sabor, o que não é o caso dessa nova cultivar”, opina Kagi, que há quase 50 anos cultiva a fruta na região de Atibaia/SP.

Para a coordenadora de mudas da Embrapa Transferência de Tecnologia, Soraya Barrios, o ciclo de maturação precoce apresentado pela Kampai é alternativa para outras cultivares disponíveis no mercado. Outro destaque da nova cultivar de pêssego é adaptação a regiões subtropicais, como a Sudeste e a Sul, pois não exige baixa temperatura. (Da Redação, com informações da Embrapa)

Acesse mais informações sobre a nova cultivar no site www.cpact.embrapa.br, da Embrapa Clima Temperado, e sobre a oferta de mudas no Escritório de Negócios de Campinas (www.campinas.snt.embrapa.br).

Fonte: Mapa

Valor bruto da produção 2009 é menor que em 2008

O levantamento da safra de grãos divulgado pela Conab e IBGE neste mês estima em R$ 153,8 bilhões o Valor Bruto da Produção (VBP) de 2009. Essa previsão é, em termos reais, 3,8% menor do que a de 2008, de R$ 159,8 bilhões. Apesar da queda de valor, 2009 deverá ter o melhor desempenho desde 1997. O acompanhamento do VBP é realizado mensalmente pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (AGE/Mapa).

Os produtos que vêm apresentando resultado positivo quanto ao valor da produção são uva (195%), cacau (16,3%), batata-inglesa (15,7%), cana-de-açúcar (14,4%), arroz (12,4%), mandioca (10,3%) e tomate (5%). “O resultado favorável da cana está associado à produção recorde neste ano e também a preços em elevação”, analisa o coordenador de Planejamento Estratégico, José Garcia Gasques.

Onze produtos obtiveram desempenho desfavorável neste ano. O pior resultado ficou com algodão herbáceo (-29,3%), milho (-28,8%), feijão (-21,5%), cebola (-19,2%) e café, (-14,7%). Para Gasques “os efeitos desses resultados sobre a renda agrícola foi enorme, pois alguns deles, como o café e o milho, têm grande representatividade na formação do valor da produção da agricultura”. Outros produtos que apresentam quedas menores são amendoim, fumo, pimenta-do-reino, soja e laranja. “Esses produtos têm sido afetados por diversos fatores, principalmente as condições climáticas adversas e os preços desfavoráveis na época do plantio”, acentua o coordenador da AGE.

Valor da produção regional - As estimativas de VBP regional mostram perda de valor, a exceção é Norte, com aumento de 8%. As maiores quedas ocorrem no Centro-Oeste (9%) e Sul (7,7%). O Sudeste apresenta redução de 5% e o Nordeste, 1,2%.

Fonte: Mapa

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Crise acentua concentração da indústria do etanol

De janeiro de 2007 a junho deste ano, o Brasil recebeu mais de US$ 3,5 bilhões de investimentos estrangeiros diretos para produção de derivados de petróleo e de biocombustíveis. Segundo o Banco Central, a maior parte dos recursos (US$ 3,1 bilhões, 90% do total) foi aplicada em investimentos na indústria do etanol. Desde meados desta década, os estrangeiros estão investindo na construção de usinas e aquisição de indústrias para produção de etanol e na compra de terras para plantio de cana-de-açúcar. De acordo com a professora Míriam Bacchi, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ligada à USP (Esalq), isso ocorreu num momento de euforia, de preços muito bons para o setor. ""Isso atraiu o capital estrangeiro diretamente comprando usinas ou parte delas ou através de fundos que também são acionistas de algumas usinas."" A falta de crédito causada pela crise financeira mundial acentuou a tendência de internacionalização, aponta José Ricardo Severo, assessor técnico da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo ele, 50 usinas (em um universo de 417 unidades) estão em negociação para venda a estrangeiros. A participação estrangeira no setor cresceu em cinco anos de 5% a 13%. ""Muitas empresas, por falta de capital de giro, de recurso e de financiamento, estão vendendo álcool a preço muito baixo. Isso vai se transformando em uma bola de neve, com as indústrias entrando em um circuito de endividamento. Vai chegar um momento em que vão ficar sem capital e sem ter como funcionar. Quem está tendo dinheiro hoje são as empresas internacionais."" Para a professora, há vantagens e desvantagens no processo de concentração: ""Por um lado, (o processo) pode levar à redução de custos com a economia de escala e a economia de escopo (administração única). Por outro lado, a concentração pode levar a um maior poder do mercado e preços maiores"". (Folha de Londrina)

Cadeia do milho pede apoio na comercialização

Industriais e produtores de milho reforçaram ao governo os pedidos pela manutenção da política de comercialização da safra por meio de leilões de subsídios ao frete (PEP), compra direta (AGF) e contratos de opção de venda. Cotações abaixo do preço mínimo oficial, sobretudo em algumas regiões de Mato Grosso, pressionam os produtores a buscar renda para viabilizar o plantio da próxima safra e põem em alerta industriais preocupados em garantir matéria-prima eventualmente escassa. O governo suspendeu a realização de aquisições diretas novos leilões de escoamento do produto por falta de limites financeiros à disposição da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Amanhã, haverá reunião no Ministério da Fazenda para resolver o caso. "Paramos por enquanto, mas sabemos que precisa de solução para ontem", diz o diretor de Abastecimento Agropecuário do Ministério da Agricultura, José Maria dos Anjos. "Os preços caíram 15% nos últimos dias e há problemas com o câmbio". Em Mato Grosso, os preços estão abaixo de R$ 12 por saca, mesmo com mínimo de R$ 13,20. Tratado como matéria-prima estratégica para 2010, o milho sofre com o aumento da demanda por amparo oficial no café, trigo e algodão. O governo chegou ao limite de R$ 300 milhões para aquisições e opções e tampouco há espaço para vendas de estoques em momento de preços baixos. As sucessivas quedas de arrecadação do governo também prejudicam. "Há um problema financeiro, e não orçamentário", diz uma fonte do governo. Por acordo político ou compromisso anterior, o governo precisa garantir R$ 1 bilhão ao café e R$ 500 milhões ao algodão. Mas só tem 2 milhões de toneladas de milho em estoque. O mínimo necessário para o "conforto" da demanda seriam 3 milhões de toneladas. Para piorar, haverá forte demanda dos produtores de trigo por apoio oficial no segundo semestre. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Milho (Abimilho), Nelson Kowalski, defende manutenção dos leilões e um "PEP exportação" para resolver. "Sem PEP, fica complicado porque reduz competitividade da indústria", diz. "Sem renda, desestimula a produção e faltará milho em 2010". Os produtores de milho apoiam o reivindicação. "Se desestimular agora, vai reduzir em muito a área na safra de verão", diz o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Odacir Klein. Isso pode limitar a retomada da economia em 2010 ao inibir o consumo de carnes, por exemplo. "Já se fala em queda de 10% na produção, mesmo com sementes transgênicas". A safra de verão, que começa a ser plantada em setembro, será apertada sem a volta imediata dos leilões. "O ideal é exportar para dar estímulos na próxima safra". (Valor Econômico)