quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Governo federal irá lançar programa de compra de contratos de café

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, participou de reunião na terça-feira com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na qual foram foram definidas medidas de ajuda ao setor cafeeiro, que está sofrendo com a queda no preço do grão, atualmente em R$ 211 a saca. Para os cafeicultores, o preço mínimo ideal para cobrir os custos de produção é de R$ 320. Segundo Stephanes, o governo lançará um programa de compra de contratos de café no mercado futuro para a próxima safra. O objetivo é definir um nível "aceitável" para a cotação mínima do produto nos próximos meses. A quantidade e o valor a serem adquiridos, no entanto, só serão definidas no final de fevereiro. O programa, ressaltou o ministro, será lançado em março ou abril. A equipe econômica também concordou em adiar para 2010 parte da dívida do setor que venceria neste ano. O resultado da reunião não agradou aos representantes do setor, que permaneceram na frente do ministério durante o encontro. O governo não atendeu à reivindicação dos cafeicultores em pagarem até 5% da dívida em café em vez de desembolsarem dinheiro. "O café passa por uma crise sem precedentes. Desde novembro, o setor demitiu 500 mil pessoas", reclamou o presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes Abreu. Também ficou decidido na reunião que o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve liberar nesta semana R$ 700 milhões para financiar o capital de giro das cooperativas agrícolas. O dinheiro será liberado por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No início do ano, Stephanes tinha anunciado a destinação de R$ 2 bilhões às cooperativas para facilitar a comercialização da safra. De acordo com ele, o governo ainda não definiu a fonte de recursos para o R$ 1,3 bilhão restante. O ministro também anunciou que o governo prorrogará por 90 dias o prazo para os bancos converterem os débitos dos produtores que aderiram à renegociação da dívida rural. De acordo com o minstro Stephanes, a medida deve sair até a próxima semana. O governo lançará um programa de compra de contratos de café no mercado futuro para a próxima safra. O objetivo é definir um nível "aceitável" para a cotação mínima do produto.

Conab divulga calendário de anúncio de safra

Produtores, sindicatos e cooperativas rurais, representantes do governo e especialistas do agronegócio já podem consultar os calendários de divulgação das safras de grãos, café e cana-de-açúcar, que serão projetados pela Conab ao longo deste ano. A tabela está disponível no site da estatal nesta quinta-feira (29). “Este cronograma é importante para subsidiar as decisões do mercado, no que se refere ao plantio das lavouras e à movimentação da colheita”, diz o responsável pelo estudo, Eledon Oliveira.
O calendário determina as datas de publicação dos resultados da safra atual e do início do próximo ciclo de produção. No caso dos grãos, a Conab realiza 12 projeções, que vão de setembro de um ano a outubro do outro. Para o café, são quatro acompanhamentos (janeiro, maio, setembro e dezembro) e três estimativas para cana-de-açúcar (abril, agosto e dezembro).
De acordo com a tabela, o quinto levantamento de grãos será divulgado no próximo dia 5 de fevereiro, o primeiro da cana 2009/10 em 30 de abril e o segundo da safra de café, em 7 de maio. (Jonas Cavalcanti/Conab)

Ampliação de recursos

Mais R$ 700 milhões estarão disponíveis para capital de giro das cooperativas, por meio do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop). A ampliação dos recursos foi aprovada, nesta quinta-feira (29), pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O CMN aprovou ainda o aumento de limite de crédito do Prodecoop para capital de giro não associado a investimento de R$ 10 milhões para R$ 20 milhões. A medida vai garantir mais crédito para apoiar a composição e o carregamento de estoques bem como a comercialização da safra 2008/2009 que ocorre até o mês de maio.
Santa Catarina - O Conselho Monetário autorizou também a elevação do limite de crédito do Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais (Moderagro), de R$ 250 mil para R$ 500 mil, por beneficiário. A medida é válida para os contratos dos produtores de municípios de Santa Catarina, que tiveram decreto de calamidade pública ou situação de emergência por causa do excesso de chuvas.
Leite - Além disso, foi aprovado o aumento de limite da Linha de Crédito Especial (Lec) do leite, de R$ 15 milhões para R$ 20 milhões. Também houve ampliação do limite para operações com recursos de Empréstimo do Governo Federal (EGF) de R$ 10 milhões para R$ 20 milhões.
Com a medida, as agroindústrias e produtores rurais poderão contar com um limite duas vezes maior de crédito para estocagem de produtos no período de entressafra, para evitar a venda de produtos no período da colheita, quando os preços de mercado ficam mais baixos.

CMN prorroga prazo para pagamento de dívidas rurais

Novas medidas para o setor agrícola foram aprovadas nesta quinta-feira (29) em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Uma delas prorroga os prazos de pagamento de parcelas do crédito rural com vencimento em 2008.
Foi alterada de 30 de dezembro de 2008 para 15 de março de 2009 a data-limite para liquidação ou renegociação das operações de investimento agropecuário do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratadas até 30 de junho de 2007. Para os produtores que aderiram ao processo de renegociação o pagamento da parcela de 2008 com vencimento entre 15 de outubro de 2008 e 30 de março de 2009 foi prorrogado para 31 de março de 2009.
Já a data-limite de contratação da linha especial de crédito que financia o pagamento mínimo de 40% da parcela de 2008 para produtores da região Centro-Oeste foi estendida para 15 de março de 2009.
Fundos Constitucionais - Operações de custeio ou investimento dos Fundos Constitucionais também tiveram reajustes em seus prazos. Foi alterado de 30 de dezembro de 2008 para 31 de março de 2009 o prazo para liquidação ou renegociação das operações de crédito rural no âmbito do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) Integrar, que foram reclassificadas para o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). Para produtores que aderiram ao processo de renegociação, a parcela com vencimento entre 15 de outubro de 2008 e 30 de março de 2009 pode ser quitada até 31 de março de 2009.
Além disso, o prazo de formalização das renegociações para pagamento de operações do Proger Rural e FAT Giro Rural foi transferido para 31 de março de 2009. ( Mapa)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Embrapa apresenta minimilho e novas cultivares de milho e sorgo

A Embrapa Milho e Sorgo, localizada em Sete Lagoas/MG, apresentará, durante o Show Rural Coopavel 2009, novas cultivares de milho e sorgo e o sistema de produção de minimilho. A Coopavel acontecerá de 9 a 13 de fevereiro, em Cascavel/PR. Os visitantes do evento também poderão ver maquetes sobre o sistema de integração lavoura-pecuária na Casa Embrapa, local que reúne tecnologias desenvolvidas pelas unidades da empresa.
O Show Rural Coopavel, um dos principais do agronegócio brasileiro, chega à 21ª edição com o objetivo de facilitar o acesso de produtores rurais a equipamentos e técnicas que auxiliam a produzir mais e melhor.
Quatro cultivares de milho serão apresentadas: BRS 1040, BRS 2022, BRS 3025, BRS 3035 e uma de sorgo, a BRS 655. O BRS 1040 é o novo híbrido simples de milho da Embrapa, com potencial genético para alta produtividade, estabilidade de produção e ciclo superprecoce. Além disso, possibilita alto retorno financeiro a produtores que mantêm lavouras com elevado uso de insumos.
Já o BRS 2022 é um híbrido duplo que tem ciclo precoce e excelente tolerância ao acamamento e ao quebramento. O potencial genético para produtividade também é alto para sua categoria. O híbrido triplo BRS 3025, por sua vez, possui ciclo precoce e apresenta excelente resistência tanto ao acamamento como ao quebramento. Seus grãos são alaranjados e semidentados.
Os três híbridos (BRS 1040, BRS 2022 e BRS 3025) são indicados para plantio, tanto na safra como na safrinha, em todo o País, exceto na região subtropical, que inclui o sul do Paraná e os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
O BRS 3035, também híbrido triplo, tem ciclo superprecoce e excelente tolerância ao acamamento e ao quebramento. A indicação de plantio é para a época de safrinha nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil e para o estado do Paraná, exceto na parte Sul.
Híbridos simples - Além dessas novas quatro cultivares, a Embrapa Milho e Sorgo apresentará dois híbridos simples de milho, o BRS 1015 e o BRS 1002, ambos com alta produtividade e especialmente desenvolvidos para a região Sul do Brasil. Estes híbridos serão mostrados em duas situações de densidade e espaçamento, com o objetivo de avaliar o comportamento das cultivares nestas situações.
A Embrapa apresenta também o BRS 655, híbrido de sorgo forrageiro que permite uma silagem de alta qualidade. Ele tem estabilidade de produção, alta resistência a estiagem, baixo custo de produção e alto potencial de produção de massa verde. O novo sorgo da Embrapa é indicado para plantio no período chuvoso, que vai de outubro a dezembro nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil, além de Tocantins.
Minimilho – Durante o Show Rural Coopavel, a Embrapa Milho e Sorgo mostrará ainda o processo de cultivo e processamento do minimilho. Um curso será ministrado na Casa Embrapa sobre o assunto. O minimilho é a espiga jovem do milho, colhida antes da polinização, ou seja, antes da formação dos grãos. A condução da lavoura do minimilho tem algumas diferenças em relação à lavoura de milho para grão. A maior delas é quanto à densidade de semeadura. No caso do minimilho, a semeadura pode ser até três vezes maior do que quando se planta milho para grão.
Conforme a região, a cultivar escolhida e as condições de solo e clima, podem ser feitos até cinco plantios de minimilho no mesmo ano. O minimilho pode ser vendido em conserva ou in natura, distribuído em pequenas bandejas. Nas duas formas, cuidados especiais devem ser tomados nas agroindústrias ou pelo produtor rural, quando o produto é manipulado.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Renda agrícola sofre queda de receita

Após bater recordes de produção e receita em 2007 e 2008, a agricultura brasileira de grãos vai recuar este ano. A renda do produtor com a safra de arroz, feijão, milho, soja, trigo e outros grãos, que começa a ser colhida a partir de fevereiro - e que dá a dinâmica da economia de mais de 70% dos municípios brasileiros -, deve encolher em R$ 10,4 bilhões. É a primeira queda na receita de grãos em três anos. Significa menos dinheiro para a compra de carros, máquinas, equipamentos e eletrodomésticos e um volume menor de receita de exportação para o País. Nas contas da RC Consultores, a safra de grãos 2008/2009 deve render aos agricultores R$ 79,4 bilhões, ante R$ 89,8 bilhões da safra passada. A queda está concentrada na dobradinha soja/milho, que responde por 80% do volume e 70% da renda. ''A receita com grãos pode cair ainda mais se a recessão se aprofundar nos EUA e os preços do milho e da soja recuarem para níveis inferiores à média histórica'', alerta o diretor da consultoria e responsável pela projeção, Fabio Silveira. Para estimar a receita agrícola com os grãos, o economista considerou uma safra de 134 milhões, 8,7% menor que a anterior. Além disso, levou em conta que os preços médios em reais da soja, do milho, do arroz e do feijão serão 8%, 3%, 4% e 28% menores em relação à média de 2008, respectivamente. E o dólar deve chegar em dezembro valendo R$ 2,50. O tombo nos volumes de produção, provocado pela crise de crédito que atingiu os agricultores exatamente na época do plantio, pode ser maior. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê um recuo de 10% nos volumes nesta safra. Na semana passada, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, admitiu que a queda na safra de grãos 2008/2009 poderá superar os 5% projetados inicialmente. O motivo do corte nas estimativas é a estiagem que atinge o Sul do País. Só no Paraná, líder na produção nacional de milho e feijão e o segundo em soja, a quebra na safra é de 23,4%. ''É a maior queda na safra de grãos do Estado em 20 anos'', diz o coordenador técnico do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura, Otmar Hubner. São 5 milhões de toneladas a menos de feijão, soja e milho, grãos básicos para o mercado doméstico e para exportações, no caso da soja. ''Abril será o mês crítico para os agricultores'', prevê a assessora técnica da CNA, Rosemeire dos Santos. Ela observa que, apesar da redução nos volumes, uma maior quantidade de produto deve ser ofertada no mercado em abril, no pico da colheita, o que deve derrubar os preços e a receita. Ao contrário de anos recentes, quando grande parte da produção era vendida antecipadamente, em 2009 isso não ocorreu por causa da falta de crédito. Hoje, diz ela, 21% da safra já foi vendida, ante 35% em épocas normais. A maior disponibilidade de grãos para venda traz um certo alívio para a inflação no curto prazo. ''Mas não está descartada elevação dos preços no segundo semestre'', diz Silveira. Essa também é a avaliação de Rosemeire, que prevê pressões de preços a partir de julho. A reversão no quadro inflacionário pode ocorrer se a falta de crédito persistir e afetar a expectativa de plantio para 2010. ''Em 2009 a crise tangenciou a agricultura. Em 2010 deve pegá-la em cheio'', diz.

domingo, 11 de janeiro de 2009

2009 será ano de oportunidades para o agronegócio brasileiro

Apesar da recente queda acentuada nos preços internacionais de produtos agrícolas, 2009 pode se constituir em um ano de oportunidades para a expansão do agronegócio brasileiro no comércio mundial. A previsão é do secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Célio Porto. “Qualquer país consegue exportar com os altos preços praticados em 2008. Todavia, quando há uma baixa de preços, os países menos competitivos são os primeiros a se retirarem do mercado”, afirma Porto.
De acordo com o dirigente, a característica competitiva do Brasil, que o faz um dos destaques na esfera do agronegócio, fará com que o País permaneça e, inclusive, amplie sua participação no mercado internacional dos principais produtos agropecuários. “A história mostra que o agronegócio brasileiro tem sido muito eficiente para ocupar espaço crescente no mercado internacional quando ocorrem crises, respondendo sempre de maneira positiva à desvalorização do real frente às moedas dos países desenvolvidos, a exemplo da que aconteceu no final de 2008”, destaca.
Abertura de mercados - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, determinou à SRI e à Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) que intensifiquem os esforços para a abertura ou reabertura de mercados ainda fechados para as exportações brasileiras. “Principalmente no caso de produtos de origem animal (carnes e lácteos), em que as barreiras técnicas, muitas vezes injustificadas, são maiores”, explica Célio Porto.
Segundo o secretário do Mapa, a expectativa é de que sejam retomadas as vendas de carnes suína e bovina para a China e a África do Sul e que se iniciem as exportações para Indonésia (todas as carnes) e Filipinas (carne suína). Há, ainda, a previsão de que o Brasil possa iniciar a exportação de lácteos para Rússia e China. “O Mapa vai continuar insistindo, também, na abertura do mercado mexicano para carne suína e de aves”, acrescenta.
Missões – Com o objetivo de definir estratégias e prioridades para 2009, a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio realizou, em dezembro, em São Paulo/SP, uma reunião com os principais segmentos exportadores do agronegócio. “A partir das propostas colhidas e considerando o calendário de feiras internacionais, várias missões comerciais e institucionais deverão ser realizadas ao longo do ano”, informa Porto. A primeira deverá ser para participar da Gulfood, maior feira de alimentos do Oriente Médio, que será realizada em Dubai (Emirados Árabes), de 23 a 26 de fevereiro.
Fonte: Mapa

Café brasileiro tem qualidade garantida

Ao beber seu cafezinho, o consumidor brasileiro pode ter certeza de degustar uma bebida de qualidade garantida. A partir deste ano, as condições dos produtos oferecidos à população serão examinadas por fiscais federais agropecuários, em cumprimento à regulamentação técnica certificada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio de uma Instrução Normativa a ser publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Nenhum outro país produtor de café tem uma legislação que estabelece padrões mínimos de identidade e de qualidade para a classificação do café em grão torrado e café torrado e moído, sob ponto de vista de sabor, aroma e torra.
A norma técnica foi submetida à consulta pública, recebeu sugestões, críticas e recomendações de toda a cadeia produtiva do café, da sociedade civil e do governo.
Elaborado por técnicos do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e do Departamento do Café, o regulamento técnico determina os limites máximos permitidos de umidade e de impureza e matérias estranhas ao café em grão torrado e ao café torrado e moído. Estabelece, ainda, a adoção de um nível mínimo de qualidade para café.
Controle do produto - O secretário de Produção e Agroenergia do Mapa, Manoel Bertone, ressalta que a legislação é um avanço, pois permite ao Ministério, como órgão regulador das políticas públicas para o café, exercer maior controle da qualidade do produto oferecido ao consumidor. “Com a normatização da qualidade do café, o Ministério terá uma atuação mais ativa para fazer com que esta qualidade chegue ao consumidor, inibindo procedimentos irregulares e ilegais”, ponderou.
Bertone lembra que o trabalho atende aos anseios dos representantes do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), e foi elaborado em consonância com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
A expectativa do diretor do Departamento do Café, da Secretaria de Produção e Agroenergia, Lucas Ferreira, é que a medida colabore para o aumento do consumo interno do produto. “Isso com base no resultado de pesquisas nas quais a melhoria do produto induz ao maior consumo, além do aspecto da saúde e da segurança alimentar”, explica.
Setor apóia iniciativa inédita - O ineditismo da iniciativa é ressaltado pelo diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), Maçao Tadano. “Não existia na esfera federal norma que tornava obrigatória a classificação e a avaliação da qualidade da bebida do café oferecido ao consumidor brasileiro”, enfatiza. Segundo ele, havia regulamentação para café em grão cru para definir as características de identidade e qualidade das espécies Coffea arábica e Coffea canephora.
Para o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, o governo federal preencheu um vácuo na área de café torrado e moído. A iniciativa, segundo ele, era esperada pelo setor produtivo, especialmente pela Abic, que, desde 1989, desenvolve o Programa do Selo de Pureza, que em 2004 lançou o Programa de Qualidade do Café e, em 2007, o Programa Cafés Sustentáveis do Brasil.
Herszkowicz ressalta que a normatização vai coibir adulterações, protegendo tanto as indústrias torrefadoras como os consumidores. Para os próximos anos, a expectativa é incrementar e consolidar o mercado cafés Superiores, Gourmet e Especiais. “Estas iniciativas contribuirão para manter o crescimento do consumo de café internamente”, avalia.
As empresas de torrefação, cerca de 1,5 mil, terão um prazo de 180 dias, após a publicação da norma, para a adequação aos novos padrões. Entre outras medidas, as indústrias terão de capacitar pessoal para a classificação do café e emitir laudos de classificação do lote estabelecido pelo padrão mínimo de qualidade, de acordo com a nova legislação.
Fonte: Mapa

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Vacinação contra a febre aftosa

Está disponível no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento o calendário nacional de vacinação contra a febre aftosa de 2009. A maioria dos estados (AC, AP, AM, BA, ES, GO, MA, MG, MT, MS, PA, PI, PR, RJ, RO, RS, SP, SE e TO) e o Distrito Federal devem vacinar o rebanho de bovinos e bubalinos nos meses de maio e novembro. Outros estados (AL, CE, PB, PE, RN e RR) vacinam nos meses de abril e outubro. O estado de Santa Catarina é livre de febre aftosa sem vacinação.
O Rio Grande do Sul, que vacinava nos meses de janeiro (todo o rebanho) e junho (animais com idade abaixo de 24 meses), passará a imunizar o rebanho em maio e novembro. Para garantir uma transição segura, foi mantida a etapa de janeiro de 2009.
A mudança atende um pleito do serviço veterinário e dos criadores do estado e unifica a vacinação do Rio Grande do Sul com os estados da zona livre de febre aftosa do Brasil e com o Uruguai. O novo calendário evita o manejo do rebanho no mês de janeiro, caracterizado por calor e seca intensos, e facilita o trânsito de animais e o controle nas fronteiras.
O Paraná continuará a vacinar bovinos e bubalinos em maio e novembro, sendo que, a partir de 2009, a etapa de maio será voltada apenas para os animais com idade abaixo de 24 meses.
Em doze municípios do Amazonas, na região da calha do rio Amazonas, será realizada vacinação no período de 16 de fevereiro a 31 de março e o recadastramento dos rebanhos de bovinos e bubalinos. A ação faz do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa – PNEFA.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Sanidade Vegetal

Sanidade vegetal: ações preventivas para resguardar o agronegócio

As ações de combate e de prevenção ao ingresso de doenças e pragas no País refletem a constante preocupação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em resguardar o agronegócio. Em um país do tamanho do Brasil, é preciso ser ágil na busca de soluções e investir na parceria com os estados e o setor produtivo para o êxito das iniciativas.
A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), por meio do Departamento de Sanidade Vegetal, realiza um trabalho integrado com a iniciativa privada e as secretarias estaduais de Agricultura para a conscientização dos produtores no controle do greening.
Detectado em 2004, o greening ou doença do dragão amarelo, como também é conhecido, requer atenção especial devido ao alto poder destrutivo dessa praga nas frutas cítricas (laranja, limão, tangerina), nos estados de São Paulo, o mais atingido, Paraná e Minas Gerais.
Por iniciativa do Ministério da Agricultura, a inspeção dos pomares pelos próprios produtores foi recomendada para ser feita a cada três meses. Dois relatórios anuais devem apresentar o resultado das inspeções. “É de fundamental importância que o produtor se conscientize que é o responsável pela propriedade e que faça as inspeções nos pomares”, alerta o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal, Geraldo Baldini.
O Brasil exportou, de janeiro a setembro de 2008, cerca de US$ 1,5 bilhão em suco de laranja. Com mais de um milhão de hectares plantados com frutas cítricas, o País é o segundo maior produtor mundial. O desafio é impedir a propagação da praga a outros estados produtores de cítricos.
A fiscalização agropecuária dos estados é responsável, também, pela inspeção nos pomares. São coletadas amostras periodicamente para verificar se as plantas estão contaminadas com o Huanglongbing, nome científico do greening. O material é analisado em laboratórios oficiais. Em caso de contaminação inferior a 28% das amostras analisadas, serão eliminadas as plantas com os sintomas da doença. Se esse índice for igual ou superior a 28%, todas as plantas da unidade produtiva serão exterminadas.
Uma norma do ministério disciplina o trânsito de material propagativo da praga, proveniente de regiões onde ocorre a doença. A contaminação do greening é causada por uma bactéria chamada Candidatus Liberibacter sp transmitida pelo vetor Diaphorina citri.
No final de 2008, o Mapa veiculou campanha de utilidade pública, na Bahia, alertando sobre os perigos da doença.
Ferrugem da laranja - Diferente do greening, a ocorrência da ferrugem da laranja ainda não foi constatada no Brasil, mas especialistas garantem que é uma questão de tempo, já que o principal meio de propagação dos fungos é pelas correntes de ar. A ferrugem da laranja ataca as plantações de determinadas variedades de cana-de-açúcar, podendo causar danos econômicos aos produtores e ao País. A doença, de origem asiática, foi detectada nos Estados Unidos em julho de 2007, em seguida, na Guatemala e Nicarágua.
No fim da década de 1990, a praga se alastrou pelos canaviais da Austrália devastando 45% da área plantada naquele país. Estima-se que o prejuízo causado ao setor australiano tenha atingido 24% em perda na produtividade de toneladas de açúcar por hectare.
A melhor maneira de prevenção e controle da ferrugem é a plantação de variedades resistentes aos fungos. Uma forma de mitigar o risco de prejuízos econômicos é estabelecer um limite de plantio de 15% para cada variedade de cana-de-açúcar nas unidades produtoras. Assim, as perdas ficariam restritas às variedades mais suscetíveis de contaminação podendo, ainda, ser substituídas pelas resistentes.
Controle de resíduos nos alimentos - O governo federal quer ampliar o monitoramento dos produtos de origem vegetal até 2009, medida prevista no Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes da Área Vegetal. O Mapa realizou licitação para contratar laboratórios que analisam as amostras e verificam o limite máximo de resíduos (LMR) nos alimentos.
No início de 2008, a Coordenação de Controle de Resíduos e Contaminantes (CCRC/SDA) divulgou o resultado das análises das amostras de mamão e maçã em que 90% apresentaram conformidades. A ampliação do número de culturas monitoradas pelo Programa contemplará as plantações de abacaxi, melão, manga, uva, alface, banana, limão, tomate, morango, arroz, amendoim, castanha e alho.
Está prevista parceria com a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o maior centro distribuidor de alimentos do Brasil, para coleta de amostras de alimentos. Com isso, a origem dos produtos que apresentarem não-conformidades poderá ser identificada facilitando a orientação aos produtores ou mesmo a adoção de providências legais, em casos de constatação de má-fé.
O Programa é reconhecido pelos países da União Européia, Estados Unidos, China, Rússia e outros. Técnicos desses países realizam auditorias anuais para avaliar a eficácia no monitoramento de resíduos nos produtos exportados.
Fonte: Mapa