sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Energia sustentável movimenta canaviais

O aumento do consumo de etanol em veículos leves bicombustíveis (flex fuel) e o crescente uso do bagaço e da palha na geração de energia imprimem nova configuração à matriz energética brasileira. A cana-de-açúcar e seus co-produtos são a segunda fonte de energia no País e representam 16% da oferta, atrás apenas do petróleo.
Apesar dos efeitos da crise financeira internacional sobre o setor, a produção de cana-de-açúcar deverá continuar aumentando. Espera-se que a safra 2009/2010 seja mais alcooleira, com a cana sendo destinada, principalmente, para a produção de etanol hidratado. As novas unidades que entram em operação no próximo ano vão produzir mais etanol e o desempenho da indústria automotiva continuará aquecido. Para os brasileiros o etanol hidratado deverá ser a melhor alternativa de combustível em detrimento da gasolina. As perspectivas do setor foram apresentadas pelo diretor de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Alexandre Strapasson, nesta entrevista.
A produtividade e competitividade dos bicombustíveis impulsionaram mudanças no setor agropecuário brasileiro?
Strapasson - Sem dúvida, o interesse pela produção de energia renovável por meio da agricultura teve influência sobre o setor agropecuário, mas a área utilizada ainda é muito pequena perto da disponibilidade de terras no Brasil. Atualmente, a cana-de-açúcar ocupa 8,4 milhões de hectares, menos de 1% do território nacional, enquanto a pecuária abrange mais de 170 milhões de hectares. O Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar, em conjunto com políticas públicas, vai propiciar um crescimento equilibrado e sustentável do cultivo canavieiro no País. O Zoneamento permitirá, também, a definição das melhores áreas de expansão da cultura preservando as florestas, reservas legais e áreas já ocupadas por outras atividades do agronegócio brasileiro. Sua publicação está prevista para o início de 2009.
O aproveitamento dos co-produtos da cana como o bagaço e a palha estão sendo pesquisados como fonte de celulose para a produção de etanol de 2ª geração, além de papel, polímeros, ração animal e outros produtos. As usinas se transformarão em biorefinarias geradoras de açúcar, etanol, eletricidade, produtos da alcoolquímica e créditos de carbono.
Como avalia o desempenho do setor sucroalcooleiro (etanol e açúcar) no mercado nacional?
Strapasson - O setor sucroalcooleiro teve mais um ano de preços baixos para o açúcar e para o etanol. A marca de sete milhões de veículos bicombustíveis (flex fuel) comercializados no Brasil, desde seu lançamento em 2003, motivou o setor a canalizar mais cana-de-açúcar para a produção de etanol do que de açúcar, além de incentivar novos investimentos em usinas. Desse modo, o etanol hidratado é o que apresenta maior crescimento, com produção estimada em 16,5 bilhões de litros, aumento de quase 15% comparado com os 14,3 bilhões da safra anterior. Atualmente, são 417 usinas em operação no Brasil, incluindo a incorporação de 30 novas unidades. A safra 2008/2009 mantém um ritmo de forte crescimento em relação à anterior: 14% mais cana-de-açúcar (571,4 milhões de toneladas), 2,6% mais açúcar (32,1 milhões de toneladas) e quase 16% mais etanol (26,6 bilhões de litros).
Apesar dos efeitos da crise financeira global sobre o setor, a produção de cana-de-açúcar deverá crescer novamente na próxima safra e, mais uma vez, o etanol hidratado deverá ser o principal destino da cana-de-açúcar. Mantido o preço competitivo, o álcool hidratado será a melhor alternativa para os consumidores.
E o comportamento do açúcar e do etanol no mercado internacional?
Strapasson - No mercado internacional, a cotação do açúcar apresentou leve melhora, mas quase não teve efeito na remuneração do setor por conta da valorização cambial do real em relação ao dólar, apesar da reversão do quadro nos últimos dois meses do ano. As exportações de etanol deverão alcançar cerca de 5 bilhões de litros, contra os 3,5 bilhões de 2007.
Apesar das metas de redução de gases do efeito estufa pelos países desenvolvidos signatários do Protocolo de Quioto, que entraram em vigor em 2008, ainda não houve resultados significativos na demanda real por biocombustíveis. Os Estados Unidos continuaram como maiores importadores de etanol do Brasil, com pouco mais de 1,5 bilhão de litros, quase o dobro do volume comercializado no ano anterior. O segundo maior importador são os Países Baixos, sobretudo pelo Porto de Roterdã, com pouco mais de 1,3 bilhão de litros.
Cabe destacar que os países do Caribe aumentaram suas importações em praticamente 50%, já que muitos contam com isenção tarifária na exportação deste produto para o mercado norte-americano. Temos também o fechamento de contratos de exportação de longo prazo de etanol para o Japão. Apesar disso, o mercado americano deverá continuar como o principal destino do etanol brasileiro. Em termos de receita, o setor sucroalcooleiro deverá ser responsável por US$ 8 bilhões, sendo US$ 5,5 bilhões pelas vendas de açúcar e US$ 2,5 bilhões pelas vendas de etanol.
Acesse as informações do diretor de Cana-de-açúcar e Agroenergia, Alexandre Strapasson, sobre investimentos estrangeiros e biodiesel.
( Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Assessoria de comunicação)

Pesquisas aumentaram produtividade agrícola em 60%

As pesquisas científicas permitiram aumento de 60% na produtividade da agropecuária do Brasil e o tornou líder mundial em agricultura tropical. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), conta com mais de dois mil pesquisadores, 25% deles com mestrado e 74% com doutorado, responsáveis pelo aumento da produtividade da agropecuária nos últimos anos.
A produção brasileira de hortaliças passou de 9 milhões de toneladas, em área de 700 mil hectares, em 1980, para 17,5 milhões de toneladas, em 771,4 mil hectares, em 2006. A oferta de carnes bovina e suína foi multiplicada por quatro, e a de frango aumentou 18 vezes. A produção de leite subiu de 7,9 bilhões de litros em 1975 para 25,4 bilhões de litros em 2006.
Grãos - Os estudos da Embrapa também permitiram que o Brasil se tornasse o segundo maior exportador de soja, utilizando sementes adaptadas às condições brasileiras. A safra de grãos cresceu, nos últimos 17 anos, 146% com aumento de 24% da área plantada.
Nos últimos 30 anos, a produção de arroz aumentou em 50%, com redução da área plantada pela metade. No Rio Grande do Sul, maior produtor do País, a área aumentou em 170% e a produtividade cresceu 230%.
A pesquisa com o trigo passou por processos para vencer a toxidade de alumínio do solo, até desenver cultivares de ciclo curto e mais resistentes às doenças. Hoje, pode ser cultivado desde as regiões frias do Sul até as ares tropicais.
Cerrado - Além disso, a pesquisa elevou o País à condição de referência mundial em biotecnologia e melhoramento genético de grãos. Um exemplo é a produção no Cerrado. Até meados de 1960, as atividades agrícolas no bioma limitavam-se à criação de gado de corte, porque os solos eram de baixa fertilidade. A partir dos anos 70, com o desenvolvimento de técnicas de irrigação, correção e adubação do solo de forma sustentável, esta situação começou a mudar. Atualmente, a produção de soja, milho, arroz e café nos cerrados representam, respectivamente, 59%, 26%, 18% e 48% da produção nacional.
Fruticultura - A conhecida produção de uva e manga no Vale do São Francisco também se tornou realidade após estudos, que resultaram na adaptação do cultivo de frutas na região. Hoje, o maior pólo de fruticultura do País, conta com inserção internacional garantida, e que começa a agregar valor com a fabricação de sucos, polpas e outros alimentos industrializados. Os cultivos da manga e uva ocupam área de 33 mil hectares entre Petrolina/PE e Juazeiro/BA.
Em 2008, a Embrapa lançou cultivares com melhoramento genético que vão movimentar o mercado da fruticultura. A primeira cultivar de abacaxi adaptada ao clima temperado do Sul promete uma fruta sem espinhos e com sabor ainda mais doce no verão. A Banana Conquista alia resistência a doenças, que já trouxeram perdas totais aos produtores do Norte do Brasil. Estão ainda, entre as mais recentes pesquisas divulgadas, três híbridos de maracujá que têm maior resistência e tolerância a pragas, são mais ricos em vitamina C e apresentam considerável redução no uso de defensivos agrícolas.
Conservação do Meio Ambiente - A Embrapa oferece substitutivos para as queimadas no plantio, sistemas agroflorestais e produção de flores, plantas ornamentais, frutas e plantas medicinais, além de outras opções à agroenergia
PAC - Para José Roberto Rodrigues Peres, da Embrapa Transferência Tecnológica, os estudos são possíveis somente pelo investimento no quadro técnico da empresa. “Conseguimos resultados porque temos especialistas em todo o Brasil realizando pesquisas em diversas áreas. Hoje temos mais de 600 pesquisas em andamento nas 41 unidades e nas redes estaduais.” Peres destacou a importância do PAC da Embrapa. “Esses recursos vão garantir mais 30 anos de pesquisa”, concluiu.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Agende-se

III Seminário de Agricultura de Clima Temperado
DATA:3 de fevereiro de 2009
Local:Núcleo de Produção de Mudas de São Bento do Sapucaí - SP Informações:CATI) (12) 3971-1306 / 3971-2046E.mails: rafaelpio@hotmail.com / r.veraldi@terra,com.br

Encontro de olericultores em Piracicaba

Encerrando o ano de 2008, foi realizado, no dia 1.º de dezembro, o 4º Encontro de Olericultores da região de Piracicaba com o tema Comercialização de Hortaliças. O Encontro aconteceu na sede da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento de Piracicaba – SEMA e foi coordenado pelos engenheiros agrônomos Gerson Antonio Groppo e Henrique Bellinaso da CATI Regional Piracicaba.
O tema comercialização foi abordado por técnicos da Ceagesp e Esalq/USP e o objetivo foi debater e conscientizar os produtores quanto ao destino dos seus produtos para viabilizar a otimização da produção dos hortigranjeiros. O Encontro é resultado da parceria formada pelas instituições: CATI Regional Piracicaba, Banco do Brasil, SEMA, Casa do Produtor Rural - Esalq/USP e Sebrae. Novos encontros serão agendados no decorrer de 2009.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Casal tem apiário itinerante

José Renato de A. Prado - Jornal Comércio do Jahu

O casal Lúcia e José Primo Fogolin, 49 e 61 anos respectivamente, tem na apicultura a única fonte de renda familiar. Residentes em Bocaina, eles exploram a atividade há 18 anos, de uma maneira peculiar: o apiário é itinerante. As colméias são transportadas para várias regiões do Estado, de acordo com a época das floradas da laranja, do eucalipto, da cana-de-açúcar e da flora silvestre. “Não somos fixos”, diz o apicultor “Migramos para poder viver só da abelha. Quando há uma florada de eucalipto em determinada região, por exemplo, arrendamos área próxima e instalamos parte de nossas colméias”, explica. “Na florada da laranja, deslocamos nossas caixas para uma região produtora.” Os apicultores arrendam áreas não agricultáveis para montar as colméias: beiras de pasto ou Áreas de Preservação Permanente (APP), uma vez que a exploração melífera não traz nenhum dano ambiental. Ao contrário, favorece sobremaneira a polinização. O pagamento aos proprietários das terras é feito em dinheiro ou em mel. Os Fogolin possuem 500 colméias artificiais com enxames da abelha europa e produzem, em média, 12,5 mil quilos de mel por florada. Cada colméia possibilita a extração de 25 quilos de mel. Costumam tirar o produto de até três floradas ao ano. Atualmente, estão com áreas arrendadas em Bocaina, Botucatu e Bofete. CentrífugaTodo o manejo e a retirada do mel são feitos pelos dois. “Nós vamos até o local, colhemos os favos cheios, substituímos por vazios e trazemos a produção para Bocaina, onde temos nosso quarto de mel, limpo, azulejado, para trabalharmos na extração”, diz Fogolim. O produto é colocado em centrífuga, equipamento utilizado para retirar o mel de dentro dos favos.” (JRAP)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Desobrigação temporária do IPI

A decisão do governo brasileiro de desonerar temporariamente o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) anunciada nesta quinta-feira (11/12/2008), pelo Ministério da Fazenda, é boa para as montadoras e também para a indústria da cana-de-açúcar. A opinião, baseada nas vendas de automóveis novos no País, é do presidente da União da Indústria de Cana-de Açúcar (UNICA), Marcos Jank. "Mesmo com a queda nas vendas de veículos novos nos últimos dois meses, a parcela de carros vendidos que é flex-fuel continua muito elevada, perto dos 90% de todos os automóveis vendidos no País. Com a decisão do governo, além de economizar no combustível e dar uma contribuição importante para o meio ambiente, os compradores de carros flex darão ainda mais sustentação à demanda por etanol no mercado interno", comentou Jank. De acordo com o Ministério da Fazenda, os carros com motor 1.0 ficam livres do IPI de 7%, enquanto os automóveis com motor até 2.0 passam a pagar metade do imposto: 5,5% sobre carros flex e 6,5% para os movidos a gasolina. Jank destaca que além dos ganhos para proprietários de carros flex com o uso do etanol, a economia no preço do veículo novo também tem grande importância em um momento de incertezas econômicas. Não haverá alteração nas alíquotas do IPI para automóveis com motores acima de 2.0. A medida passa a vigorar nesta sexta-feira (12/12/2008) e permanece até 31 de março de 2009. O objetivo, segundo nota oficial do Ministério da Fazenda, é "preservar empregos e promover um ajuste gradual na produção e nas vendas do setor automotivo", barateando temporariamente a compra de automóveis novos. Fonte: Safras

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Informativo Cepea

Em novembro, o clima chuvoso favoreceu grande parte dos cafezais brasileiros. No entanto, segundo colaboradores do Cepea, a produção da safra 2009/10 de arábica pode diminuir mais de 20% em relação à atual. Além da bienalidade negativa da cultura, os altos preços dos insumos fizeram com que alguns cafeicultores economizassem nos tratos culturais. Para o robusta, a próxima safra também deverá ser inferior à atual tanto no Espírito Santo quanto em Rondônia.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Agenda de eventos Cati

Novas Tecnologias em Sistema de Condução e Cultivo Protegido para Fruticultura - Data: 9 de dezembro de 2008Local: Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio das Frutas - IAC-AptaAv. Luiz Pereira dos Santos, 1500 - Bairro Corrupira - Jundia-SP Informações: Tel. (11)4582-7284 - E-mail: frutas@iac.sp.gov.br

Workshop Oleaginosas alternativas para a Agricultura - Data:12 de dezembro de 2008Local: ETEC - Astor Mattos CarvalhoRod. Lourenço Lozano s/n - Cabrália Paulista-SP - Informações: Tel. (14) 3285-1147

1.ª Semana de Agricultura Orgânica de SuzanoData: 13 e 14 de dezembro de 2008Local: Sindicato dos Produtores Rurais de SuzanoR. Washington Luis, 58 - Vila Costa - Suzano-SP - Informações: 4746-3297
III Seminário de Agricultura de Clima TemperadoDATA: 3 de fevereiro de 2009 - Local:Núcleo de Produção de Mudas de São Bento do Sapucaí - SP Informações:CATI) (12) 3971-1306 / 3971-2046 - E.mails: rafaelpio@hotmail.com / r.veraldi@terra,com.br